19/04/2023 15h00 - Atualizado 19/04/2023 15h13

O BAMBU NO MUNDO

Por Destaques

O Bambu é uma gramínea de ampla distribuição geográfica.

Existem, no mundo, com cerca de 1.300 espécies.

O Brasil é o líder de ocorrências,
nas américas, com cerca de 200 espécies, entre nativas e exóticas.
Essa gramínea é absolutamente excepcional, uma vez que não altera
seu diâmetro, durante seu ciclo de vida, ou seja, já brota da terra em sua
“ grossura “ definitiva.

Além disso, alcança sua altura definitiva, que pode
ser de poucos centímetros, para algumas espécies, e de até 25 metros,
para outras, em apenas 6 meses.

Em situação de cortes rasos, repõe toda
a sua massa extraída, em poucos anos, sem necessidade de novos
plantios. As formigas simplesmente ignoram essa cultura.

Há milênios o bambu é conhecido e utilizado, no oriente, para as mais
diversas funções do cotidiano: Alimento, estruturas de casas, paredes,
telhas, portas e janelas, mobiliário, utensílios de cozinha, objetos de
decoração, cercas, pontes, irrigação, drenos, embarcações, contenção de
encostas, entre outras.

O Brasil dispõe de clima favorável e grande
extensão de áreas degradadas, inaptas para outros cultivos, mas
adequadas ao plantio de diversas variedades de bambu.

Para essa cultura já existem registros de mais de 10 mil usos, o que
demonstra a sua inigualável versatilidade.

A China exporta, anualmente,
mais de 1.400 itens, produzidos a partir dessa matéria prima, girando
bilhões de dólares e milhares de empregos.

A demanda por informações atualizadas e relevantes é grande o que faz
com que a formação de recursos humanos nessa área seja prioritária.

Os bambus são um dos recursos naturais que mais apresentam
oportunidades para exploração econômica direta e sustentável e vem
ganhando espaço em vários setores da sociedade como material
complementar ao uso da madeira.

Embora no Brasil a exploração do bambu seja objeto de uma lei de 2011,
que incentiva seu manejo sustentável, e cultivo, tal cultura ainda requer
maior aporte tecnológico.

As diretrizes da PNMCB ( Política Nacional de Incentivo ao Manejo
Sustentado e ao cultivo do Bambu), reconhecem que a cadeia produtiva
ainda necessita de muito investimento para que este seja valorizado a
ponto de servir como mais uma opção de renda para regiões onde
predomina a agricultura familiar.

O Bambu, além de ser um excelente sequestrador de carbono, apresenta
excelentes características físicas, químicas e mecânicas que favorecem seu
uso na construção e na confecção de produtos.

Pode ser utilizado em
reflorestamentos, na recomposição de matas ciliares e como protetor e
regenerador ambiental. Pode ser empregado ao natural e, após sofrer
um processamento adequado, para os mais diversos fins.

A exploração da cultura do bambu e de sua cadeia produtiva pode
beneficiar o meio ambiente, evitando o corte de árvores e matas nativas e
gerando renda e empregos, além de contribuir para fixar o homem, no
campo.

No Brasil, na área de construção civil, a utilização do bambu restringe-se
a pequenas construções de baixa tecnologias que compromete a imagem
de durabilidade do material e gera ressalvas à sua utilização.

Assim faz-se
necessário o desenvolvimento e a difusão de tecnologias construtivas
apropriadas, bem como a capacitação de mão de obra.

Na Ásia, suas espécies são amplamente empregadas pela medicina e
alimentação tradicional entre os mais diferentes povos, mas sua utilidade
como alimento funcional ainda é desconhecida do grande público
ocidental.

As propriedades farmacológicas dos bambus vem sendo comprovadas por
pesquisas, nos últimos anos, sobretudo as atividades antioxidantes,
antimicrobiana e antitumoral.

Além disso, aos seus brotos são atribuídas
propriedades nutracêuticas importantes graças a significativa presença
de fitoesteróis, triterpenos e fenóis.

Brotos de bambus têm sido empregados na medicina tradicional chinesa,
há mais de 2.000 anos.

Diversas referências às suas características
digestivas e farmacológicas foram encontradas em compêndios e livros
tradicionais, com citações às suas propriedades estimulantes de
peristaltia intestinal e à ação preventiva de doenças cardiovasculares e
tumorais.

No sul da Ásia, os bambus também são utilizados no combate à
hipertensão, sudorese e paralisia.

Tinturas preparadas a partir de folhas jovens são utilizadas de maneira
tópica como afrodisíaco, estimulante e antiartrose e, ingeridas em
pequena quantidade como estimulante do fluxo menstrual e Antihelmintico.

O suco de seus brotos é indicado por suas propriedades
calmantes, depurativas estomacais e antidisentéricas.

A água armazenada
nos colmos combate febres, infecções, hemorragias e paralisias, além de
ser empregada em tratamentos antiofídicos e contra hanseníases.

Brotos

tenros de bambus são fervidos e aplicados de maneira tópica no
tratamento de catapora e outras doenças dermatológicas.
Algumas empresas já utilizam o bambu como matéria coadjuvante em
margarinas, óleos vegetais, molhos e biscoitos.

Mas é preciso ampliar as
pesquisas envolvendo o processamento adequado das espécies, além de
se criar estratégias de marketing para conscientizar e ampliar os mercados
consumidores .

Estamos, portanto, diante de uma das culturas mais rústicas, produtivas e
nutracêuticas que, devidamente empregada, pode ser aliada no combate
à assombrosa escassez de alimentos e à subnutrição humana.

A promoção do artesanato como reflexo do patrimônio cultural e da
criatividade dos artesões é um importante caminho estratégico para
associar o desenvolvimento econômico com a geração de empregos,
negócio e renda à diversidade cultural de um país.

No Brasil, as primeiras

atividades desenvolvidas utilizando o bambu como matéria prima foram
oriundas da produção artesanal de peças e ferramentas, além de
utensílios e adornos. Nas últimas décadas, em especial, tem se
acompanhado um crescente desenvolvimento econômico desse setor na
região nordeste, onde se busca alternativas de arranjos produtivos bem
sucedidos.

Projetos de pesquisas investigam a utilização do bambu para a geração de
energia elétrica, para a produção de biocombustíveis e por meio de
processos térmicos e biotecnológicos de materiais de alto valor agregado
e, ainda no tratamento de esgotos industrial e sanitário.

Na região
central do país já começam a surgir plantios comerciais de milhares de
hectares.

O BAMBU EM SC.
Em Santa Catarina, a Associação Catarinense do Bambu – BAMBUSC, vem
tratando desse tema há vários anos, mas somente a partir de 2019,
através de um termo de cooperação técnico, firmado com a Epagri,
passou se a planejar e a se executar ações, com o objetivo de implantar e
desenvolver essa importante cadeira produtiva, NO ESTADO.

Para se definir as melhores cultivares a serem plantadas, ainda em 2019,
instalaram-se 07 unidades de observação, em várias regiões do estado.

Anualmente, são ofertados e realizados, em média, 15 cursos, abordando
os temas: Construção de móveis, artesanatos e utensílios de bambu,
construção civil e produção de conservas de brotos, para famílias rurais e
artesãos urbanos, com o objetivo de proporcionar aos mesmos, uma nova
e promissora opção de renda. Nesses últimos 4 anos, mais de mil pessoas
já foram capacitadas pela BAMBUSC e EPAGRI.

Em 2022, um projeto de lei, elaborado pela BAMBUSC e EPAGRI, foi
apresentado pelo deputado estadual NIlso Berlanda e aprovado pela
ALESC, responsabilizando instituições e propondo políticas públicas para
que essa importante cadeia produtiva se torne uma realidade em Santa Catarina.


Fonte:Eng° Agr°- Gilmar Carlos Michelon Dallamaria
Resp. Implantação e Desenvolvimento do Projeto BAMBU em SC
EPAGRI – Curitibanos SC

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