Trabalhadores da construção civil são encontrados em situação degradante em Chapecó
Em visita técnica realizada no último fim de semana, o Siticom Chapecó (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) identificou uma grave violação dos direitos trabalhistas em uma obra da construção civil no município. Trabalhadores estavam alojados de forma completamente inadequada, em condições que configuram situação análoga à escravidão.
Segundo o relatório da equipe técnica do sindicato, os trabalhadores estavam dormindo no próprio canteiro de obras, sobre colchões finos e improvisados diretamente no chão de cimento, expostos ao frio intenso de cerca de 5 °C. O local não contava com qualquer tipo de estrutura mínima para garantir proteção aos trabalhadores.
A obra também não possuía banheiro e área destinada à higiene pessoal. A cozinha utilizada pelos trabalhadores era aberta, improvisada com restos de materiais de construção, e equipada com eletrodomésticos quebrados, enferrujados e sujos, sem qualquer condição de segurança ou higiene para o preparo de alimentos.
Além disso, não havia refeitório, local de descanso ou qualquer estrutura de vivência adequada, como determina a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) do Ministério do Trabalho. A norma exige que alojamentos, vestiários, instalações sanitárias e locais para refeição estejam em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza, garantindo dignidade aos trabalhadores.
“O que vimos ali foi mais do que o descumprimento da legislação, foi um verdadeiro desrespeito à dignidade humana. Não podemos tolerar que trabalhadores sejam tratados dessa forma”, afirma a presidente do Siticom, Izelda Oro.
DENÚNCIA
Diante das irregularidades, o sindicato notificou imediatamente a empresa responsável pela obra e formalizou denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que agora deverá investigar o caso e adotar as medidas cabíveis.
O Siticom Chapecó orienta todos os trabalhadores da construção civil a denunciarem situações semelhantes, mesmo de forma anônima. “Trabalhador não é descartável. É preciso garantir segurança, dignidade e respeito para todos”, reforça Izelda.
Fonte: Assessoria de Comunicação