O que é reserva de emergência? Por que eu preciso ter uma?
Sabe quando você cai, mas no caminho alguma coisa ajuda a amortecer a tua queda e impede você de se estatelar no chão? Com o dinheiro acontece o mesmo e o nome desse amortecedor é Reserva de Emergência.
Ela é aquele dinheirinho guardado para te ajudar com imprevistos dos mais variados tipos, seja uma necessidade médica, uma conta não planejada, ou mesmo uma demissão, como ocorreu com muitas pessoas durante a pandemia. E para ajudar a entender mais sobre ela, o gerente de produtos do Sicoob MaxiCrédito, Fabrício Baumgartner, deu algumas dicas.
Destine o valor da reserva antes do pagamento das demais contas
”A crise deixou mais evidente o quão importante é ter a sua reserva de emergência. Por isso a gente fala de constituir ela antes mesmo do pagamento das contas. Divida os potes: tire um percentual para a reserva de emergência, outro para o custo de vida, e outro para teus sonhos, desejos. Por isso que é importante ter essa reserva. Se não tiver, fica realmente muito difícil você ficar tranquilo para qualquer intempérie futura”.
E como fazer essa reserva se tudo ficou mais caro?
“A principal orientação é saber onde você está. Ver o quanto gasta pelo seu custo de vida e quais as dívidas que têm para tentar alcançar um equilíbrio e sobrar uma parte para a reserva de emergência”.
Outra dica importante é destinar o valor da reserva ainda no início do mês. “Não espere pagar todas as contas para ver o tanto que vai sobrar para investir. Não! Destine isso ainda antes dos demais compromissos, porque o supérfluo acabará ficando para trás. O que é realmente importante você vai guardar. Porque se deixarmos para guardar o que sobra, nunca sobra”.
O rombo está nas pequenas escapadas de orçamento
“Eu costumo dizer que não são as grandes contas que acabam te deixando fora do orçamento e sim as pequenas, porém repetitivas. Vou tomar um cafezinho, um sorvete, isso tudo somado no fim do mês vai te dar muito problema”, comentou Fabrício.
O ideal é fazer um acompanhamento semanal dos gastos, inclusive aquelas pequenas comprinhas no mercado, aquela saidinha com os amigos etc. “Se você colocar tudo em uma planilha vai ver que aqueles pequenos adicionais que não damos bola no dia a dia é o que nos fazem furar o orçamento”.
Mas afinal, de quanto é essa reserva de emergência? Onde eu a deixo?
Segundo o gerente de produtos do Sicoob MaxiCrédito, Fabrício Baumgartner, a reserva de emergência deve ser um valor equivalente a pelo menos três vezes o seu custo de vida. Quanto maior esse valor, maior será o ‘colchão’ para amortecer uma queda.
E sobre onde deixar a reserva, a orientação é buscar investimentos com a maior liquidez possível, como CDBs ou RCDs. “ Que são linhas que te dão boa rentabilidade e liquidez diária, ou seja, você não precisa esperar para retirar. Você pede o resgate hoje e hoje mesmo sai com o dinheiro”.
A poupança não é o melhor lugar para a reserva, isso porque além de não ter uma rentabilidade boa, acaba tendo uma carência de 30 dias, ou seja, ela só rentabiliza no aniversário, enquanto nestas outras modalidades a rentabilidade é diária.
E para as famílias que tem a maior parte da sua renda comprometida, o que fazer?
Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no mês de agosto, mostrou que o percentual de famílias brasileiras com dívidas continua alto e chegou a 72,9% no mês de agosto.
Esse tema é bastante complexo e segundo Baumgartner exige uma análise caso a caso. “Mas a primeira coisa é olhar para as dívidas e observar os juros delas. Hoje há uma facilidade para a portabilidade das dívidas para você avaliar a questão dos juros. Olhar para isso e sempre ser transparente com o seu credor. Se você não está dando conta de pagar, volte e converse, mas não deixe de pagar. E tentar reavaliar a melhor maneira de fazer caber dentro do orçamento”, orientou. É importante também não pegar outras dívidas sem necessidade.
Cheque especial e cartão de crédito: vilões ou mocinhos?
“O cheque especial o ideal é nem usar”, explica o gerente. Já quanto ao cartão de crédito, a orientação é que sempre se pague a fatura total. “E se for pagar a parcial, que seja por um período muito curto, porque os juros do rotativo do cheque especial são muito altos”.
E se for extremamente necessário, a orientação é parcelar a fatura. “Ainda assim não é o ideal, mas é melhor do que deixar no rotativo só no pagamento mínimo ou pagamento parcial”, disse, lembrando que o grande vilão do cartão de crédito é o fluxo de caixa. “O segredo é saber administrar para não faltar dinheiro lá na frente para pagar o cartão”.
Equilíbrio financeiro: você conhece a fórmula 50, 30, 20?
Custo de vida, despesas fixas e variáveis, reserva de emergência. São muitos nomes que podem confundir na hora do planejamento, mas uma conta bem simples pode ajudar a organizar tudo isso.
Baumgartner explica que uma das formas é tentar encaixar as contas na fórmula 50%, 30%, 20%. “Os 50% do salário são referentes ao teu custo de vida. E aqui é preciso cuidar porque tem todos os custos fixos (água, luz, aluguel) e as variáveis que vivem aí no meio. Os 20% é o que você economiza para deixar para a sua reserva de emergência e 30% para o futuro, para realizar uma viagem, investir em previdência privada, abrir um negócio”, explica.
Ele reforça que esta é somente uma das maneiras de fazer essa divisão do dinheiro, mas que pode ser adequada conforme as necessidades individuais. “Mas no primeiro momento o interessante é você ter a regra e a educação sobre isso”, disse.
Finanças sustentáveis
Outro aspecto que vem ganhando destaque mundial são as Finanças sustentáveis, isso significa a aproximação do universo da economia, produção das causas ambientais e sociais. “Elas estão em uma crescente. Vemos que há um mercado começando a trabalhar com investimentos específicos em greenbonds ou títulos verdes e outras modalidades”, pincelou.
Fonte: Assessoria de comunicação