Denúncia de assédio fez o clima esquentar na Câmara Municipal de Chapecó
O caso teria ocorrido no dia 20 de março e foi comunicado pela Procuradoria da Mulher da Câmara em ofício enviado à mesa diretora no dia 22, mas ganhou repercussão somente nesta terça-feira (9), quando o presidente do Legislativo encaminhou este ofício a todos os vereadores.
O documento informa sobre suposta ocorrência de assédio sexual do vereador relatada por uma servidora.
Na sessão de terça, o vereador Neuri Mantelli reagiu com bastante dureza a uma fala de Cleber Fossá (MDB), após o emedebista tocar no assunto.
Fossá pediu ao presidente da Câmara para que informasse quais procedimentos estavam sendo adotados sobre “fato grave envolvendo um vereador e uma assessora” ocorrido na sede do Legislativo, sem citar o nome de Mantelli.
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O vereador Neuri Mantelli disse que não se pode julgar sem antes ouvir os envolvidos e não poupou críticas a Fossá e ao presidente André Kovaleski.
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Fossá também soltou o verbo e disse que teria dado voz de prisão a Mantelli.
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O presidente da Câmara, André Kovaleski (PL), disse que a mesa diretora recebeu a denúncia de autoria da Procuradoria da Mulher e que o caso foi enviado para análise da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
“Como cabe a mim os devidos encaminhamentos, porém, não fazendo qualquer juízo de valor sobre o fato, encaminhei os documentos à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, conforme previsto no regimento interno.
Então não manifesto, neste momento, nenhum posicionamento sobre o tema”, declarou.
A comissão é composta por João da Rosa (União) como presidente, Valdir Carvalho (PT) e por Luiz Cararo (PSD).
O presidente João Rosa solicitou um parecer à Procuradoria Jurídica sobre como a comissão deve proceder, porque o regimento interno não prevê uma situação como essa.
Nesta quarta-feira (10), o vereador Cararo pediu seu desligamento da comissão e um novo membro deverá ser escolhido pela Câmara.
A denúncia
A Procuradoria da Mulher é presidida atualmente pela vereadora Deise Shilke (PT). Segundo Deise, a assessora foi chamada dois dias após o suposto assédio para ser ouvida, porque o boato estava circulando e chegou ao conhecimento da procuradoria.
A servidora confirmou o fato à Procuradoria da Mulher e disse que inicialmente estava com medo, pois se sentia desprotegida. Segue a parte do relato dela em que descreve os fatos:
“Na tarde de quarta-feira (20), ao adentrar ao plenário da casa, ao passar pela mesa do vereador este a abordou dizendo à ela: “Você está com os Faróis acesos”, a mesma relata que no momento se sentiu envergonhada e não revidou.
Ao sair do plenário a mesma se encontrou com alguns colegas no espaço da lanchonete e relatou o fato a uma colega, em seguida o vereador passou por ela e este disse que se tratava de uma brincadeira, esta disse ao vereador que o mesmo não tinha essa liberdade para se dirigir à ela nestes termos e que a mesma nunca havia lhe concedido tal intimidade.”
Deise argumentou que falas como essa colocam a mulher em situação de constrangimento, numa situação que ela possa se sentir violentada. “O mais grave na minha avaliação:
foi dentro do plenário, no momento de exercício da função, momento de sessão, é inadmissível.
Mesmo que caracterize como brincadeira, ou que não tenha sido a intenção, é inadmissível que nós vereadores usemos termos dessa natureza”.
Conforme a vereadora, o Ministério Público também já está ciente do caso, pois recebeu uma denúncia anônima.
Fonte : SC em Pauta